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23/08/2009

Alguns Toques sobre Abundância e Prosperidade

Alguns Toques sobre Abundância e Prosperidade
Santiago Torrente Perez

Não sei se são os tempos de crise, que parece estar chegando ao fim, ou uma preocupação constante no mundo contemporâneo com ganhar o sustento. Tenho recebido uma infinidade de textos, pps, dicas de como atrair dinheiro e prosperidade, que podem ou não ser efetivas ao propósito a que se destinam, mas o que tenho como certo é que para estas técnicas darem certo temos que fazer algum esforço para modificarmos alguns padrões de comportamento e maneiras de pensar.
Em primeiro lugar ampliar a noção do que seja prosperidade e abundância. A maiora das pessoas parece acreditar que prosperidade e abundância estão diretamente associadas ao dinheiro ou a riqueza, o que é uma maneira muito pobre de ver as coisas. Nenhuma das duas estão limitadas a um símbolo de troca que é o dinheiro. Se formos ver bem, ambas independem de qualquer coisa. Dar uma volta por ai e ver a variedade de plantas, animais, minerais, um belo por do sol e tantas outras coisas que a natureza nos dá gratuitamente já é um bom começo. Você pode argumentar: É, pode até ser, mas algumas dessas coisas nós temos que pagar. É verdade tudo tem um preço, mas não necessariamente dinheiro.
Prosperidade e abundância são qualidades inerentes ao cosmos, portanto tem a ver com sua própria natureza, nada no universo trabalha na mesquinhez, sempre procura realizar o melhor, o mais adequado e assim por diante. Ih, mas acho que usei uma palavra que dá arrepios em muita gente: trabalhar. Pois é, nada no universo está descansando numa rede sob duas árvores frondosas, (sonho de muito brasileiro, se por acaso ganhar na mega-sena acumulada). Da mais ínfima partícula ao maior corpo astronômico, tudo está em movimento, trabalhando.
Como diz um ditado espanhol: “Quem algo quer, algo lhe custa”. E o primeiro preço é um mínimo de esforço. Imagine se por acaso, você jogador habitual das loterias, dá a sorte de ganhar uma bolada e, da noite para o dia fica multimilionário. Bem, depois da euforia você vai esquecer de tudo que fez para alcançar seu objetivo. Desde pegar e marcar o volante até ir receber o prêmio, perceba que não foi de graça, não caiu do céu, desde o início houve movimento ou algum esforço.
Depois de receber o prêmio há necessidade de administrar o dinheiro que se ganhou o que vai dar trabalho com o qual pode ser que não tenha a menor idéia de como fazer, além disso vai ter que aprender uma série de coisas novas, mudar o padrão de vida , seus hábitos de consumo e uma série de outras coisas.
Todos nos sonhamos com o conforto, luxo, facilidades mas quando chegamos nelas, de repente podem aparecer sentimentos de que alguma coisa não encaixa. Um sentimento de inadequação, que dificilmente se sabe de onde vem. Provavelmente esses sentimentos vem de nossas crenças, valores e hábitos de pensamento aprendidos com nossa família e grupo de convívio.
Costumo dizer aos meus alunos colocando na lousa uma série de círculos concêntricos, como esses da imagem, para demonstrar que nosso mundo mental tráfega por certos limites, que dependem de nossa origem familiar, pessoas menos favorecidas encontram-se no círculo central e as mais abundantes estão nos círculos mais exteriores.



Dentro de cada faixa estão arquivadas e disponibilizadas formas de ser, sentir, agir e pensar, que com o processo de socialização vamos incorporando e tornando nossas verdades. E chamando a atenção para isso, vamos combinar de que nem tudo que aprendemos e replicamos é favorável aos nossos planos de mudança de vida.
Senão vejamos, se nascemos numa família com pouquíssimos recursos teremos menos chances de perceber alternativas a uma mudança de vida, isso me faz lembrar o filme-documentário “Ilha das Flores” que você já deve ter visto. Dado que essas pessoas estão imersas no círculo menor onde o universo mental é bem restrito, limitado e também limitante ao encontro de alternativas de vida. Criando ciclos de dependência ora do estado ora da sociedade em geral. Vide as bolsas para tudo: bolsa família, bolsa gás, bolsa escola e agora como se não bastasse a bolsa cultura. A prosperidade e abundância depende da generosidade alheia.
Se vamos para os círculos seguintes a coisa muda um pouco de figura pois o universo mental vai se ampliando mas mesmo assim ainda é limitado e limitante. Aqui se cria um ciclo vicioso chamado por Robert Kiyosaki de “a corrida de ratos” onde a grande preocupação é encontrar um bom emprego para poder sustentar a vida. Comprar, fazer crediário e se divertir na medida do possível. Perpetuado continuamente, mal acabamos um carnê já estamos pensando no próximo.
Nesses círculos, entre outras coisas, a maioria de nos aprendeu a levar a vida dessa maneira: ganhar-gastar-poupar (se der). A casa, o carro, os itens de tecnologia de última geração são o “must”, sem eles não podemos viver. Dai a necessidade de ganhar para gastar, sem pararmos para pensar muito bem sobre se essas necessidades são realmente legitimas. A prosperidade e abundância estão relacionadas a um bom emprego, onde possamos ganhar um bom dinheiro a fim de sustentar um status onde podemos ou representamos que podemos desfrutar no momento presente daquilo que a nossa condição social permite, não importando se para isso temos que nos enforcar em dívidas. Seguindo na corrida indefinidamente até a aposentadoria. Estamos preocupados em como os outros nos vem, afinal os outros nos tratam de acordo com o que parecemos ter.
Nos círculos mais exteriores o processo é muito diferente. Aqui o universo mental já é bem mais abrangente, as alternativas para desfrutar da vida são muito maiores. O fluxo é mais livre e menos restritivo. Aqui se sabe como, onde e quais as alternativas disponíveis para se alcançar o que se necessita. Neste círculo estamos falando do mundo da abundância, das amizades frutificadoras, dos investimentos, das informações que permitem criar novos processos e caminhos de ser, sentir, agir e pensar. Aqui as barreiras são bem menores. Não estamos mais tão preocupados com as convenções sociais de certo ou errado, bom ou ruim. Somos mais “egoístas” no bom sentido, ou seja, nos colocamos no centro de nosso mundo, procurando fazer aquilo que consideramos o melhor para nós mesmos, sem nos preocuparmos com que os outros vão pensar. Analisamos racionalmente nossas necessidades e agindo de acordo com nossas decisões. Desfrutamos da vida, algumas vezes, ao fazer o que se gosta, bancando o palhaço, infantil ou sendo o centro das atenções, pode ser aos olhos de alguns, loucura mas na realidade é excentricidade mesmo. Uma pessoa liberta pode.
Mas nem tudo é tão limitado ou ilimitado, tudo vai depender de nossos padrões mentais, e sua manutenção ou não. Se estamos nos círculos mais interiores e nos damos conta de que podemos ser, ter, agir e pensar de modo diferente temos que fazer um esforço nesse sentido, temos que ter a coragem de fazer diferente do que aprendemos. Romper laços, destruir pontes e assumir nossa diferença e fazer o que achamos mais adequado a nossa forma de ser.
Falando assim parece fácil mas não é, pois temos lealdades com nossa família e ao grupo social a que pertencemos, que se não forem revistas e flexibilizadas ficam minando inconscientemente qualquer tentativa de mudança em nosso padrão de vida. Ex.: Podemos ter inconscientemente um padrão que não podemos ter mais que nossos pais, então a qualquer momento em que haja possibilidade de mudança de patamar acontece uma situação que impede essa “ultrapassagem”, perdemos o emprego, clientes ou vamos à falência.
Pensando de maneira sistêmica nossa família pode ter sido abundante em alguma geração anterior mas às custas do prejuízo de muitas pessoas, como por exemplo no caso brasileiro de escravos, então provavelmente na geração presente o trabalho realizado e não honrado e reconhecido em favor de alguém no passado pode aparecer como dificuldades financeiras. Estes processos são inconscientes, tendo a possibilidade de serem vistos e trabalhados nas constelações sistêmicas.
Não podemos esquecer que muitas de nossas ações cotidianas são totalmente inconscientes, os padrãos mentais idem. Se não temos o interesse de vê-los, analisá-los e se for o caso modificá-los ficaremos numa roda eterna que volta sempre ao mesmo ponto, viciada, passando sempre por situações repetitivas.
Mesmo quando estamos nos círculos mais externos temos que ter cuidado buscando sempre a atualização de nossos padrões mentais pois o mundo avança e se não avançamos com ele ficamos para trás, vejam o exemplo dos empresários que perderam seus negócios por não se adequar às novas tecnologias, tinham a crença que seu negócio tradicional no mercado permaneceria apesar do desenvolvimento tecnológico na produção, nas formas de comunicação com o cliente e gestão, faliram.
Então caro leitor não é só fazer mentalização, roda da fortuna, manter-se confiante no melhor, temos que procurar fazer algumas coisas para que nossa abundância se realize e enquanto a bolada da mega-sena não vem devemos tentar:

- Aceitar receber e desfrutar um pouco do que a Vida nos dá de graça, um belo amanhecer e por do Sol, uma árvore frondosa logo ali na esquina, um sorriso, maravilhar-se e ficar grato por isso.
- Saber que não somos independentes e sim interdependentes, fazer amizades e ter boas relações é fundamental para manter um fluxo de abundância.
- Ficar atento pois nem sempre a abundância está onde pensamos que esteja, ela pode estar num livro, programa de TV, bate papo na fila do Banco, a vida nos dá sinais sempre, o problema é que nem sempre estamos despertos para percebê-los.
- Ter a coragem de ver nossos padrões mentais e emocionais e atualizá-los na medida do possível aos nossos anseios e momento presente.
- Não temer o trabalho que teremos para alcançar nossos objetivos, ir passo a passo construindo o caminho de nossa realização.
- Buscar onde somos e podemos ser diferentes dos demais e assumir definitivamente essa diferença.
- Ver em que lugar podemos servir melhor ao nosso semelhante. Sendo empregado de alguém auxiliando-o em sua atividade ou ser dono de uma empresa com vários empregados servindo a centenas ou milhões de pessoas.
- Para garantir segurança psicológica à mudança de vida almejada buscar cursos e informação sobre gestão
financeira e de negócios, aplicações e maneira de fazer o dinheiro trabalhar para você.
- Manter-se atualizado, com o desenvolvimento tecnológico muitas profissões desaparecerão em breve e outras surgirão como também novas oportunidades de negócio.
- Não ter preguiça nessa empreitada, ter muita paciência consigo, e perseverar na concretização de seu sonho.
- Não basta querer ser abundante, prospero e rico, é necessário saber ser abundante , prospero e rico. Leia biografias de pessoas de sucesso, seja humilde e aprenda com elas.


Boa Sorte.

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